César Tralli revela os bastidores do jornalismo investigativo na Católica

23/10/2009

Por Tiago Cisneiros

 

Victor Bastos

Victor Bastos

 

O jornalista César Tralli, da Rede Globo, apresentou, na Católica, na manhã desta sexta-feira (23), a palestra “Segurança: uma questão de cidadania”. O evento, que integra a programação da 7a Semana de Integração, atraiu centenas de estudantes e professores de diversos cursos da Universidade ao auditório G2. Também participaram a professora da graduação em Jornalismo Ana Veloso e o coordenador geral de Extensão, professor Alcivam Oliveira.

Na abertura do encontro, o professor Alcivam Oliveira qualificou a Semana de Integração Universidade Católica e Sociedade como uma tentativa de mobilizar o processo de ensino e aprendizagem através de recursos variados, como debates, minicursos e seminários. Sobre a palestra de César Tralli, afirmou: “Este evento trabalha o tema central da 7a Siucs, que é a relação entre a segurança e a cidadania. As melhorias dependem do Estado, mas, também, da sociedade, e um setor que pode colaborar bastante nesse campo é o de comunicação”.

Hoje, um jornalista reconhecido, correspondente internacional entre 1995 e 2000, responsável por célebres coberturas no Brasil e no mundo, como as prisões de Nicolau dos Santos Neto, Paulo Maluf e Juan Carlos Abadia, os atentados do 11 de setembro e a morte da princesa Diana. Na infância, filho de uma ex-bóia-fria, vivendo com dificuldades no interior de São Paulo. Segundo Tralli, muita coisa mudou, mas a visão de mundo e o objetivo continuam os mesmos. “Essa época mais complicada fez com que eu aprendesse a manter os pés no chão, enxergar que o repórter de televisão não é um artista. Sempre, tive a vontade de dar certo e, por isso, valorizo muito o que tenho. Para mim, é um prazer falar para jovens – principalmente, aos que querem seguir pelo jornalismo para mudar a sociedade, porque acredito na melhoria”, afirmou.

Para o repórter, além de melhorar, é preciso mostrar ao mundo uma nova imagem do Brasil. Tralli comentou sobre a ótica internacional de que o país é o palco da impunidade, usando, como exemplo, o caso do belga que atropelou cinco pessoas (matando uma) no Recife, nesta quinta-feira (22). “Eu morei fora por cinco anos e tenho certeza que ele não dirigiria sem a habilitação na Bélgica. Os estrangeiros não nos levam a sério, e precisamos lutar para reverter esse quadro.”

Ao voltar para o Brasil, em 2000, César Tralli optou pelos assuntos vinculados à “hierarquia da criminalidade”, isto é, as relações de corrupção e manipulação no governo e nas classes mais altas da sociedade. Segundo ele, o jornalista deve buscar a punição para os principais responsáveis pela violência. “Não podemos ter a ideia de que os crimes de colarinho branco são brandos. Nesse sentido, eu busco provocar uma mudança e combater a impunidade dos engravatados”, disse.

Entre os alvos mais conhecidos das suas reportagens, está o deputado federal Paulo Maluf, de quem Tralli ouve falar (mal) desde a infância. “Meu pai, sempre, reclamava dele. Acho que cresci com isso, meio predestinado a entrar nessa disputa”, brincou. Após cerca de sete anos apurando as supostas ilicitudes do político, o jornalista surpreendeu-se ao saber da sua prisão. “Os 55 dias de detenção parecem pouco para um país desenvolvido, mas já é um avanço para mudar nossa cultura de impunidade. Confesso que comemorei essa notícia”, contou.

Polícia para quem precisa…

De acordo com Tralli, a criminalidade em São Paulo, onde vive e trabalha, deve-se, em grande parte, à falência das polícias. “Ser policial, hoje, é o segundo emprego das pessoas. Esse quadro se agrava por causa da promiscuidade com o trabalho empresarial. Diretores de órgãos de segurança estão administrando empresas de blindagem de carros e delegados criando empresas privadas de vigilância.” O jornalista alega que a situação da segurança pública se tornou uma responsabilidade coletiva, já que o sistema é direcionado conforme os interesses dos poderosos, através do tráfico de influência. “Muitos delegados são indicados pelas elites, enquanto os bons policiais não são valorizados e, por isso, passam a ser cada vez mais raros”, explicou.

As falhas no sistema de segurança, segundo Tralli, têm um vínculo estreito com o crescimento da corrupção no meio policial. “Essa promiscuidade é assustadora. Eu não consigo citar um caso, nos últimos cinco ou seis anos de reportagem, em que não tenha existido o envolvimento – direto ou indireto – de um policial”, declarou. Ele revelou, ainda, que 90% dos produtos contrabandeados que chegam a São Paulo têm escolta de policiais militares à paisana.

Na cobertura da prisão de Juan Carlos Abadia, César Tralli ouviu do megatraficante colombiano a dica para pôr um fim no comércio de drogas em São Paulo. “Ele me disse que o segredo seria acabar com o Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc). Nas poucas vezes em que o abordou, a polícia só pretendia pedir dinheiro”, contou. O jornalista define o esquema entre polícia e bandidos como uma sociedade anônima (S.A.) do crime, devido aos constantes acordos e relações de corrupção. 

Reportagens

Surpresas, riscos, ansiedade e medo. As sensações vividas por um jornalista investigativo foram trazidas à tona por César Tralli, no relato de algumas experiências, compreendidas nos mais diversos campos: da política ao mercado de combustíveis, dos erros aos acertos da polícia. Para acompanhar cada história, nada melhor do que as próprias reportagens, exibidas no telão do auditório G2.

Em junho de 2008, Tralli percebeu que muitas pessoas estavam enfrentando problemas com os automóveis em São Paulo, sempre depois de abastecer. Dessa constatação, chegou à máfia do combustível adulterado – segundo o jornalista, “uma prova de como a insegurança afeta até a economia”. Na época, ele se surpreendeu com o grau de penetração do golpe no mercado: “Não tinha ideia de como isso tinha se enraizado. Todo esse processo aconteceu graças à negligência e à corrupção policial, além das falhas no trabalho dos órgãos fiscalizadores”. Os preços mais baixos oferecidos pelos criminosos, junto a constantes ameaças aos comerciantes legais, estavam destruindo a concorrência na cidade, espalhando medo e criando um oligopólio nos postos de combustível.

Para contar a história, o jornalista e sua equipe adaptaram o tanque de uma Kombi, de maneira que o combustível recebido fosse desviado para um depósito. O líquido coletado era repassado para exames laboratoriais, que apontaram uma enorme ocorrência de adulteração: mais de 90% dos cerca de 300 estabelecimentos pesquisados vendiam gasolina com excesso de álcool na sua composição. Para burlar a fiscalização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), foi montado um esquema de substituição rápida do conteúdo nas bombas de combustível.

Segundo Tralli, a máfia sofreu um duro golpe devido à investigação jornalística. “Nossas denúncias provocaram algumas mudanças, mas, em algum tempo, a adulteração voltou. Então, continuamos insistindo e, finalmente, esse problema parece estar mais controlado”, comemorou. Por causa da série de reportagens (cerca de 60 no jornalismo local e 20 em rede nacional), foram fechados, definitivamente, 256 postos de combustível, cassadas as licenças de antigos proprietários e alteradas a legislação para o mercado.

Por causa das investigações acerca da adulteração de combustível, Tralli descobriu um engenhoso golpe dos postos no comércio de gás veicular. “Às vezes, me impressiono com a criatividade dos bandidos. Nesse caso, as pessoas furtavam o gás, vendendo muito mais do que era registrado para a fiscalização.”

Teimosia não parece ser um mau atributo para um jornalista investigativo. Na palestra, César Tralli admitiu que procura levar o assunto das reportagens até o seu esgotamento. “Nessa profissão, você vai conhecendo o mercado e as pessoas, e começa a receber as informações. Gosto de fazer, do limão, uma limonada, indo até não poder mais com o tema. Já cheguei a manter a mesma pauta por um ano”, contou.

A insistência, no entanto, não se restringe à busca de imagens ou documentos que comprovem as ilegalidades. O repórter destacou que, também, é preciso muito tato para convencer pessoas amedrontadas a depor a respeito dos golpes e escândalos. “No caso dos combustíveis, precisei negociar durante semanas com donos de postos que tentavam manter o seu negócio licitamente. Eles tinham medo de denunciar porque sofriam ameaças graves, já que a máfia estava ligada a gangues de assalto a banco e carro-forte.” Os empresários só aceitaram conceder entrevista com a garantia de sigilo de identidade.

Para não perder as oportunidades, César Tralli não se separa do “kit reportagem”, isto é, a lanterna, a câmera de vídeo, as pilhas e mais alguns instrumentos que traz na bolsa. O conjunto foi muito útil em uma das mais importantes coberturas do jornalista: a da libertação do empresário Rida Mohamed. O acaso fez com que o repórter abrisse mão da infraestrutura, em nome da notícia.

A história se passou em São Paulo. César Tralli estava, apenas, checando informações nas proximidades da sede da Divisão de Anti-Sequestro da Polícia Civil, pela qual o jornalista nutre bastante respeito, conforme deixou claro na palestra. De repente, Tralli viu um policial sair correndo do local e, também rapidamente, decidiu acompanhá-lo. Na falta de um cinegrafista, ativou a própria câmera e registrou a prisão de um dos seqüestradores do empresário catarinense Rida Mohamed, que usava um telefone público da vizinhança.

O flagra levou o jornalista a uma viagem de três horas, acompanhando os policiais, de São Paulo ao município de Jacutinga, no interior de Minas Gerais. Em uma fazenda do município, encontraram o cativeiro, prenderam os demais seqüestradores e libertaram o empresário Rida Mohamed. As cenas, gravadas no escuro, deram origem à principal reportagem do Jornal Nacional do dia, com cerca de cinco minutos de duração. Ao rever as imagens, Tralli admitiu a emoção: “Essa história é fantástica, me arrepio sempre que a vejo. Oito horas da noite, no meio do mato e aquela ansiedade. Eu não sabia se conseguiria chegar lá e sobreviver. Mas eu não ia me perdoar se não estivesse com a minha câmera”.

Às vezes, porém, o jornalismo não anda de mãos dadas com o Estado. As reportagens de César Tralli sobre o sequestro de Eloá e Nayara, em Santo André, contrariaram a versão da polícia para justificar a invasão ao apartamento usado como cativeiro. Por causa dos erros na ação, o seqüestrador, Lindemberg Alves, teve tempo de assassinar uma das garotas e ferir a outra. “Os policiais disseram que explodiram a porta depois de ouvirem um disparo vindo do local. Como desconfiamos dessa informação, analisamos as fitas de todas as nossas câmeras e não identificamos qualquer barulho. Os vídeos foram exibidos para o perito Ricardo Molina, que, também, não encontrou qualquer som de tiro anterior à bomba”, relatou.

De acordo com Tralli, a reportagem surgiu do sentimento de inquietude, necessário a todo jornalista investigativo. “Devemos desconfiar de tudo e de todos sempre, pensar se aquela situação ou informação está correta”, afirmou. Mesmo depois de ter o erro revelado, a polícia não admitiu a execução inadequada da invasão, provocando a irritação do repórter. “O que lamento nesse incidente, além da morte de Eloá, é o fato de as autoridades não assumirem suas falhas no Brasil. Fico espantado com essa falta de sensibilidade para corrigir os rumos.”

César Tralli, também, enfatizou a possibilidade de mudança nas pautas originais. Para ele, os repórteres devem analisar os assuntos e provas com carinho, a fim de descobrir novas informações ou vacilos. Foi o que aconteceu na sua leitura de arquivos telefônicos do advogado Marcos Vilarinho, envolvido na recente Operação Castelo de Areia. Entre os registros, o jornalista encontrou uma conversa em que Jânio Quadros Neto fala sobre a suposta fortuna do avô deixada em uma conta secreta na Suíça. Embora não se saiba a unidade monetária em questão, o valor é estimado em 20 milhões. “Agora, o dinheiro está sendo procurado e, se encontrado, deve ir para o Ministério Público Federal. Acho que consegui mais um inimigo na minha carreira”, brincou. 

Profissão: repórter

Mais um inimigo na carreira… Para quem desvenda ilegalidades e denuncia crimes e golpes, é esperado que não seja um dos primeiros. Apesar das discordâncias pessoais, Tralli diz que procura manter o respeito em todos os contatos. “Trato todos da mesma maneira, sempre chamando por ‘senhor’. Por maior que seja minha indignação, é uma coisa profissional, desvinculada a qualquer questão pessoal.”

O equilíbrio, aliás, é uma das principais preocupações do jornalista. Pela cobertura do caso Eloá, o Jornal Nacional concorreu ao Emmy International, premiação às melhores produções televisivas do mundo. A Rede Globo conseguiu chegar à disputa final, contra a britânica BBC e a árabe Al-Jazeera. Para Tralli, responsável pelas reportagens, o resultado positivo não pode arrefecer o ânimo do profissional. “É algo muito bom, mas fugaz. No dia seguinte, já estou de volta às ruas, no meu trabalho cotidiano”, esclareceu.

Depois de responder a perguntas e comentários dos espectadores (a maioria sobre os bastidores do jornalismo investigativo), César Tralli concluiu a palestra com uma consideração sobre a postura do repórter e a sua relevância na sociedade. “É preciso ter bom senso para escolher o que vai ao ar. Já fui ‘furado’ (não divulgar em primeira mão, no jargão midiático) e tive discussões sérias com superiores e por causa da minha lealdade com as fontes. Cada jornalista deve ter consciência do que vai publicar, cumprindo o papel de desvendar o crime, mas sem comprometer a relação com o informante”, afirmou.

A profissão de jornalista, segundo Tralli, compensa os momentos de correria e estresse quando se constata a sua utilidade. “É maravilhoso quando vemos a reportagem no ar, provocando reações positivas na sociedade e gerando mudanças para o bem comum. Não tenho a ilusão de mudar mundo, mas acredito que estou fazendo minha parte pela cidadania. Quanto mais puder denunciar, mais o farei, se isso for melhorar a realidade.”


Minicurso Educação Popular e Saúde

23/10/2009

Por Érica de Paula

Nessa quinta-feira (22) aconteceu o minicurso Educação Popular e Saúde. A aula foi ministrada na sala 102, 1º andar do Bloco G, nos turnos da manhã, das 8h às 12h e à tarde, das 14h às 18h.

Segundo Lorena Albuquerque, uma das mediadoras do debate, o minicurso foi uma oficina, um espaço de troca, de diálogo, de construção. “Não fomos nós que ficamos falando o tempo todo, foram as pessoas que questionaram, colocaram seu ponto de vista. Elas que atuaram.”

 A “Oficina” contou com alunos dos cursos de Fisioterapia, Serviço Social, Psicologia, entre outros, que além de debater sobre diversos temas, participaram de dinâmicas de grupo e assistiram dois filmes, Um falando sobre o Movimento Popular de Casa Amarela, na década de 80, e outro uma animação chamada Vida Maria, que fala de Maria José, uma menina de 5 anos de idade, que é levada a largar os estudos para trabalhar.

Para a estudante do 7º período de Fisioterapia, Magna Moura, o minicurso superou suas expectativas. “Vim para discutir a questão da Educação Popular e Saúde, achando que seria uma questão mais na prática do modelo de saúde atual, porém conseguimos fazer um vinculo com a extensão, algumas problemáticas que temos na universidade e abriu caminho para questionar o modelo da extensão universitária. Para mim foi bastante produtivo”.


Oficina transforma os participantes em crianças por um dia

23/10/2009

Por Beatriz Lacerda

 A 7ª Semana de Integração da Universidade Católica de Pernambuco ofereceu, nesta quinta-feira (22), uma oportunidade diferente para que alunos dos cursos de Psicologia, Pedagogia, Fisioterapia e Ciências Biológicas pudessem entender melhor a importância da brincadeira no processo de desenvolvimento da criança.

 A oficina O Brincar, o Brinquedo e a Brincadeira na escola e na clínica, ministrada pela professora do curso de Psicologia Mariel Rocha Lyra, foi organizada com o objetivo mostrar que o ato de brincar é, sobretudo, uma forma de expressão. Partindo dessa perspectiva, Mariel dividiu a oficina em dois turnos. No ocorrido no período de 8h as 12h no bloco B da Católica, a professora explanou o tema partindo do conceito histórico de infância e família, tratando da mudança dessas noções na atualidade. Em seguida, traçou a relação entre o desenvolvimento infantil e a brincadeira, que contribui de maneira fundamental e reveladora nesse processo.

 Segundo Mariel, professora do curso há 26 anos, a brincadeira é uma forma de expressão e criação e esse deve ser bem explorado pelos profissionais que lidam com crianças, sejam psicólogos, professores, pedagogos ou até mesmo fisioterapeutas.

SDC12528No trabalho de acompanhamento psicológico a função da brincadeira é estimular a criatividade, as expressões e os laços sociais. “A criança fica feliz quando seus sentimentos são estimulados de forma livre e espontânea. Através das brincadeiras realizadas nas seções de apoio psicológico, por exemplo, elas expressam os seus conflitos, problemas e a partir dos sintomas, nós tentamos superá-los”, explicou Mariel.

 No segundo momento da oficina, os participantes puderam colocar em prática as atividades sugeridas pela professora como métodos de estímulo à emoção das crianças. Os estudantes fizeram bonecos de gesso, recortes e colagens, pinturas, desenhos, entre outras atividades numa tarde livre para aflorar a criatividade. Todos ficaram à vontade, distribuídos em grupos pela extensão da sala colorida.

 “Fui favorecida, porque dois recreadores participaram desta oficina”, comentou Mariel, salientando que brincadeira é coisa séria. Um dos recreadores é aluno do décimo período do curso de Psicologia da Católica, Everson Ataíde. “Faço um trabalho como recreador e já tenho experiência na área”. Everson decidiu aproveitar a experiência para desenvolver o seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), cujo tema será a brincadeira no hospital.


Último dia da 27ª Semana de Criminalidade aborda a violência e responsabilidade social

23/10/2009

Por Rebeca Kramer

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A 27ª Semana da Criminalidade e Ciências Afins, promovida pelo Centro de Ciências Jurídicas da Universidade Católica de Pernambuco (CCJ), aconteceu nos dias 21,22 e 23, no auditório G2, durante a programação da 7ª Semana de Integração da instituição. No último dia, sob a mediação do professor João Franco, debateu-se temas como delinquência juvenil, tráfico de mulher e a vitimologia. Estavam presentes o professor Hugo Barros e as professoras Ana Clara Fonseca, Fernanda Fonseca e Vanessa Pedroso.

Vitimologia é uma ciência que analisa a vítima sob diversas óticas. Numa análise jurídica, pode haver uma relação de culpabilidade entre a vítima e o infrator do crime, como, por exemplo, a vítima ser completamente inocente, pode ser vítima por ignorância, uma vítima tão culpada quanto o infrator e uma vítima mais culpada que o infrator. Na ocasião da palestra, a professora Ana Clara questionou a condição de dois amigos competindo numa motocicleta, em que um deles sugere que o outro seja levado na garupa. Com um possível acidente, quem seria o autor do crime? Afinal, a vítima estaria ali voluntariamente e, no caso, não teria havido a intenção de quem a chamou de ser autor de um crime.

“No compartilhamento de seringas e no consequente contágio de alguma doença transmissível pela vítima, quem seria o culpado?”, indagou Clara. A professora questionou, ainda, o fato de numa relação sexual onde não há o uso de preservativo e, até onde se sabe, uma das partes tem plena consciência de que o outro tem uma vida sexual fácil, se haveria, realmente, culpados na contração de alguma doença. “É um tema polêmico. Quem é a vítima, quem é o autor”, colocou. Continue lendo »


Minicurso de Braille supera as expectativas

23/10/2009

Por Alice de Souza

Quem frequentou o minicurso “Noções de Braille para Quem Enxerga”, encerrado nesta quinta-feira (22), aprendeu muito mais do que uma nova forma de comunicar-se. Conceitos de inclusão, superação e multiplicação de conhecimento também foram agregados ao programa de aulas e dimensionaram o aprendizado.

Para o instrutor do minicurso Milton Carvalho Filho, o resultado foi além das expectativas. “Tracei um plano de aulas e objetivei que, ao final, os alunos conseguissem transcrever um texto. Porém, tive uma grata surpresa: a maioria deles saiu lendo em Braille”, ressaltou.

A metodologia aplicada, com base em apostilas e conteúdos digitais, simplificou o assunto. Dessa maneira, todos os participantes conseguiram captar as informações. A estudante do 2° período de Pedagogia da Católica Katarina Rodrigues revelou que, com poucos dias de curso, já estava repassando os conhecimentos obtidos. “É nossa função disseminar para a sociedade tudo o que aprendemos aqui”, explicou.

No último dia do evento, foram abordados símbolos como parênteses, aspas, reticências e travessão. A grande surpresa da noite foi a visita ao 3º andar da Biblioteca Central, onde estão localizadas duas máquinas de impressão em Braille.

Com o embasamento estrutural, a maioria dos alunos confessou o desejo de continuar praticando. “É a prática que vai fazer a diferença no meu dia a dia. Vou treinar bastante”, afirmou a bibliotecária da Católica Josefa de Oliveira.


Apresentação de trabalhos científicos marcam o encerramento do Colóquio de História

22/10/2009

Por Raíza Muniz

Sete trabalhos científicos foram apresentados na tarde desta quinta-feira (22), marcando o fim das atividades do III Colóquio de História da Unicap. Contemplando as áreas de Religião e Cultura, Educação e Sociedade, Política e Economia, e Cultura e Sociedade. As Sessões de Comunicação aconteceram desde o dia 19, das 16h45 às 18h15, no 2º andar do bloco B.

Vários estudantes prestigiaram as sessões, que apresentaram ao todo 32 estudos. Para a estudante do 1º período de História da Unicap, Cláudia Luma, assistir a esses trabalhos foi bastante proveitoso. “Principalmente para mim, que estou no primeiro semestre, foi muito enriquecedor. Os temas abordados foram muito interessantes”, disse.

“Todos os estudos foram muito interessantes, não só para quem é estudante de História. O número de trabalhos inscritos neste colóquio foi muito bom”, afirmou o coordenador do evento, José Igor Caraciolo. Outras informações sobre o Colóquio de História no blog: coloquiodehistoria.blogspot.com.


Pedagogia, vida e espiritualidade foram abordados em minicurso

22/10/2009

Por Marília Simas

O Minicurso Pedagogia e Espiritualidade inaciana foi ministrado pelos professores Raimundo Mota e João Luiz. O evento aconteceu no Espaço Loyola, localizado na sala 004 térreo do bloco B. A vida e a espiritualidade em Santo Inácio foram temas discutidos na palestra, que começou na segunda-feira (19) e encerrou na tarde dessa quinta-feira (22).

No primeiro dia de Minicurso foi apresentado aos alunos o filme: “Ao encontro de Santo Inácio”, que contava a vida do sacerdote. Inácio de Loyola, que era o mais novo dos 13 irmãos, seguiu carreira militar e foi convocado para uma guerra, onde foi atingido na perna por uma bala de canhão. Quando ainda estava em tratamento teve acesso a livros sobre a vida de Cristo e dos Santos. A partir daí ele se converteu e fundou a Companhia de Jesus.

“Esse minicurso, para mim, foi de extrema importância, gostei muito. Tive a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre o legado de Santo Inácio”, explicou a Defensora Pública, Glacilda Carvalho.

Oração de Santo Inácio

Tomai, Senhor, e recebei toda a minha liberdade e a minha memória também.
O meu entendimento e toda a minha vontade,
tudo o que tenho e possuo vós me destes com amor.
Todos os dons que me destes com gratidão vos devolvo.
Disponde deles, Senhor, segundo a vossa vontade.
Dai-me somente o vosso amor, vossa graça.
Isto me basta, nada mais quero pedir.


Minicurso “Uso de Jogos no desenvolvimento do raciocínio” finalizado nesta quinta-feira

22/10/2009

 

Por Victor Bastos

 

O minicurso “Uso de Jogos no desenvolvimento do raciocínio” terminou nesta quinta-feira (22) com uma confraternização na sala de extensão da Biblioteca Central da Universidade Católica de Pernambuco.

Segundo a coordenadora da atividades, professora Edvirges Rodrigues, o desempenho dos estudantes que participaram foi satisfatório. “Eles chegaram aqui bem curiosos. Foi muito bom. A participação foi excelente. Teve um grupo em especial que veio até pedir dicas e exercícios para fazer depois em casa”, disse.

A estudante do 10° período de Terapia Ocupacional da Católica, Thaís Ribeiro, contou que já pensa em utilizar os ensinamentos do minicurso no futuro. “Foi excelente, uma grande variedade. Já vou começar a aplicar na minha vida acadêmica e profissional. Vai ajudar bastante”, afirmou.


Campanha do Hemope para doação de sangue é destaque na 7ª Siucs

22/10/2009

Foto: Marina Maranhão

Foto: Marina Maranhão

Por Ana Luíza Madeiro

 

Os cursos de Ciências Biológicas e de Fisioterapia da Universidade Católica de Pernambuco, em parceria com o Hemope, promoveram, ontem (22), um dia de doação de sangue na 7ª Semana de Integração. A campanha tem o objetivo de sensibilizar os alunos sobre a importância de doar sangue. Esse já é o terceiro ano que o Hemope promove a campanha no maior evento anual da Unicap.

Uma equipe formada por dois médicos, cinco auxiliares de enfermagem, uma assistente social, uma pessoa responsável pela administração e uma pela área operacional administrativa (copa) deram suporte a iniciativa, recepcionando e preparando os doadores. Além deles, 23 alunos da Unicap, sendo 19 do curso de Ciências Biológicas e quatro de Fisioterapia, foram voluntários.

A assistente social do Hemope e coordenadora da campanha, Rosilene Santana, explicou como ocorria o procedimento: “Os alunos fazem um cadastro, preenchendo uma ficha de identificação, verificam a pressão arterial, fazem uma avaliação médica e, se forem liberados, doam”.  

A previsão era de 100 doações até o final da campanha, que foi dividida em dois turnos: das 8h30 às 12h e das 13h30 às 17h. No final do dia, expectativas superadas: 178 pessoas tinham comparecido ao local. Destas, 130 haviam doado sangue. As demais foram consideradas inaptas, por não atenderem aos requisitos.

“Eu estou pensando no outro porque gostaria que fizessem comigo, se eu precisasse algum dia”, disse a estudante do 1º período de Direito, Maria Carolina.A voluntária da campanha e aluna do terceiro período do curso de Ciências Biológicas, Layla Carvalho, já doou sangue três vezes. “Meu pai é doador e sempre me incentivou dentro de casa. Doar fica ainda mais fácil quando entendemos de vida e sabemos que uma bolsa de sangue pode salvar três vidas.”


Mesa-redonda sobre a construção da identidade nacional marca último dia do III Colóquio de História

22/10/2009

Por Vanessa Silva

A construção da identidade nacional foi amplamente discutida na tarde desta quarta-feira (22), na mesa-redonda que marcou o último dia da terceira edição do Colóquio de História. Este ano, o diálogo trouxe como tema os 120 anos de República do Brasil. As professoras Zuleica Dantas e Emanuela Ribeiro mediaram o debate, que aconteceu no auditório G1 da Unicap, entre 13h30 e 16h30.

As professoras conduziram o público numa viagem a partir do início da República para analisar como se deu a construção da identidade brasileira e de que forma essa identidade foi passada aos alunos através dos livros escolares. “O processo afirmação da identidade de um país não é fruto de uma construção fechada, é algo reconstruído e reinventado a cada século, a cada década”, explicou Zuleica.

Para a professora Emanuela, a participação dos alunos durante a discussão surpreendeu. “Ninguém dormiu, então acho que a discussão foi interessante”, brincou ela. “De fato, foi bastante rico o debate, surgiram perguntas interessantes e a participação tão intensa do público foi realmente uma surpresa pra mim”, disse a professora.

Maria José Fernandes, estudante do 7º período de História, disse que a mesa acrescentou conhecimentos que ela levará para sempre em sua vida profissional. “Todo o desenvolver do evento foi muito interessante, e não só para nós, do curso de História. Esse é um aprendizado que nos ajudará, e muito, até no dia a dia em sala de aula”, afirmou a estudante.